Me sufoca as palavras entaladas no fundo da garganta, as palavras mais amargas para
meu paladar sensível e doce.
meu paladar sensível e doce.
A água não resolve assim como a má tentativa de tossir tudo o que anda fazendo cócegas nesse pequeno espaço entre a aceitação e a liberdade mental de uma cabeça doente.
Doente? Quem sabe quem está bem ou mal?
Simplesmente, o diagnóstico que está sendo rabiscado por qualquer um que compra o xarope para suprirmos aquilo que não se cura.
O xarope machuca ainda mais que a dor já impregnada na pele da gente.
Palavras não escritas. Soluções sendo apagadas com a mesma borracha que não foi usada no vocabulário fútil que nunca existiu.
E sempre me perguntam:
-Por que ser assim?
E eu sempre com respostas escondidas atrás de uma expressão de decepção e angústia por desejar ter as respostas para todas as perguntas...
Mas que desejo mais febril,
mais desabilitado,
tão pouco concebível para esta criança não mais tão pura...
E ela me faz decorar um livro do qual não aguento mais ler,
e me faz voltar em todas as páginas que tento rasgar,
não tem como não sentir raiva.
Nessa prateleira imensa,
não há remédios,
nem uma possibilidade de eu buscar por outros
Livros de tesouras e coleiras.
E esse gostinho que sinto,
se confunde entre o gosto ruim dos médicos que conheci
e o cheiro de mofo de folhas amareladas.
Mas nada passa por essa garganta cheia de coisas
que criaram raízes...
Se ao menos eu pudesse plantar uma árvore no quintal
as raízes,
pelo menos,
seriam aceitáveis para meu ser...
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